quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eu acho...

“Algumas pessoas nunca enlouquecem. Que vida horrível elas devem levar”. 

Charles Bukowski

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Sensibilidade.

A sensibilidade, muitas vezes, nos leva a escolhas tortuosas, acontece quando ao menor movimento, ou uma palavra errada muda tudo de lugar.

Denise Portes

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Sobre amigo que vira amor...


Não sei se a gente pode continuar amigo. Não sei se em algum momento cheguei a ver você completamente como Outra pessoa, ou, o tempo todo, como Uma Possibilidade de Resolver Minha Carência. Estou tentando ser honesto e limpo. Uma possibilidade que eu precisava devorar ou destruir. Porque até hoje não consegui conquistar essa disciplina, essa macrobiótica dos sentimentos, essa frugalidade das emoções. Fico tomado de paixão. Há tempos não ficava. 

Caio Fernando Abreu

domingo, 28 de agosto de 2016

Expectativa

Eu gostaria de parar de pensar no inexplicável. Olhar, sentir e deixar fluir, pois não dá para decifrar pessoas o tempo todo e procurar entender o coração de quem não tem as respostas para me dar. Eu não tenho soluções para os meus afetos, talvez eu nem saiba como construir um amor. Vivo na inconstância do sentir e procuro mergulhar na escuridão das minhas incertezas. São enormes os buracos que a carência faz, gera expectativa sobre o sentir do outro. Quem somos nós para desvendar o afeto alheio? Pobres carentes cheio de devaneios e incertezas.
Se o coração permanecesse tranquilo e atento ao que lhe acontece, quem sabe assim ele pudesse desaguar os seus mistérios com mais tranquilidade.

 Denise Portes

sábado, 27 de agosto de 2016

Clarice

Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.

Define.

Podia ser só amizade, paixão, carinho,
admiração, respeito, ternura, tesão.
Com tantos sentimentos arrumados
cuidadosamente na prateleira de cima,
tinha de ser justo amor, meu Deus?
Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo;
aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim.
Dilacerando felicidades de mentira,
desconstruindo tudo o que planejei,
Abrindo todas as janelas para um mundo deserto.
É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias,
me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos,
ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris,
pisar sobre estrelas e acordar serena.
É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito,
preparar uma massa, sentir seus cílios.
“Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã
e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?”
Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar.
Não negue, apareça. Seja forte.


Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Amiga.

Quando o tempo não afasta quem sempre foi importante. 
Carmen querida, adorei o encontro.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Escrever.

Quando não existia a internet, eu escrevia poemas, contos, histórias em cadernos, tudo a mão com uma letra sempre diferente da minha, devido à rapidez do pensamento. 
Os poemas ficavam ali. Vez ou outra, era preciso reescrever, tinha o processo de ler, reler, cortar, arrumar e depois passar a limpo com letra bonitinha em outro caderno. Até hoje o caderno me persegue, ainda tenho vários e vou inventando frases, anotando versos e depois... Ah depois eu guardo e lá na frente percebo que quando a gente nasce com esse “defeito de fábrica” só mesmo escrevendo para reorganizar sentimentos, seja ele de amor, dor ou alegria.


Denise Portes

Charles Bukowski

O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece. 

Charles Bukowski

terça-feira, 23 de agosto de 2016

O Pássaro Azul", do Bukowski

Há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo, fique aí, não deixarei
que ninguém o veja.

Há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas eu despejo uísque sobre ele e inalo
fumaça de cigarro
e as putas e os atendentes dos bares
e das mercearias
nunca saberão que
ele está
lá dentro.
Há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou duro demais com ele,
eu digo,
fique aí, quer acabar
comigo?
quer foder com minha
escrita?
quer arruinar a venda dos meus livros na
Europa?
há um pássaro azul em meu peito que
quer sair
mas sou bastante esperto, deixo que ele saia
somente em algumas noites
quando todos estão dormindo.
eu digo, sei que você está aí,
então não fique
triste.
Depois o coloco de volta em seu lugar,
mas ele ainda canta um pouquinho
lá dentro, não deixo que morra
completamente
e nós dormimos juntos
assim
com nosso pacto secreto
e isto é bom o suficiente para
fazer um homem
chorar, mas eu não
choro, e
você?
Bukowski

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Medo.

O novo causa medo e insegurança, envelhecer tem a ver com cultivar alguns medos, eu acho. Faço um trabalho diário de deixar acesa a minha alegria e a coragem de vivenciar novos encontros. Aprender coisas novas, fazer caminhos diferentes e conhecer pessoas diferentes. Eu gosto de gente e de tudo que envolve as diferenças de ser diferente. 

Denise Portes

domingo, 21 de agosto de 2016

Trato de amor.

Então tá combinado, quando a transformação chegar para nós vamos tentar que o fim fique a altura do amor. 

Denise Portes

Artista.

Creio no riso e nas lágrimas como antídotos contra o ódio e o terror. Minha fé é no desconhecido, em tudo que não podemos compreender por meio da razão. Creio que o que está acima do nosso entendimento é apenas um fato em outras dimensões e que no reino do desconhecido há uma infinita reserva de poder. 
Charles Chaplin

sábado, 20 de agosto de 2016

Luto.

A vida sempre exigiu que eu aprendesse coisas da solidão, perdas, rupturas, sim, é inevitável. Eu não tenho medo do novo, sempre tive mais medo do invisível do que o que posso enxergar. Não gosto do que eu não entendo, quero pelo menos pensar que entendo. Nunca pensei encontrar força na solidão, mesmo sabendo que é desse lugar que nascem meus textos e um encontro inteiro comigo. É nesse escuro da noite, ou no som mudo da madrugada que os pensamentos fluem e os poemas veem em forma de presente. Envelheci por fora e cresci enormemente por dentro. Os meus pais já não moram mais nesse mundo, mas me sinto protegida pelos seus ensinamentos e o carinho deles me consola. Eu me sinto desolada de saber que não vou encontra-los em casa e que não terei mais os seus abraços e suas alegrias cada vez que eu chegar lá.
Estou órfã, esse sentimento é bem maior do que imaginei um dia. Eu preciso acalmar a mente, pois o coração chora uma dor tão profunda da despedida de minha mãe. Não quero me relacionar com nada e nem ninguém de forma superficial.
Escolher o melhor lugar para pousar meus olhos, entregar meu coração e compartilhar a minha dor. Interiorizei, era disso que eu precisava não me cabe mais no mundo das superfícies.
Nada que não evolui me interessa.
A verdade é que nunca fui superficial, mas gostava da alegria fútil de não fazer nada, de beber para falar besteira e de perder tempo com o que não vai dar em lugar nenhum. Isso acabou não porque eu quis, mas teve o seu prazo de validade vencido.
O meu eu irresponsável morreu junto com o que eu tinha de concreto, tudo que era pouco passou e o que parecia muito também. Porém ganhei outras coisas, força interior e sabedoria espiritual, além de reconhecer a maior herança que eles deixaram para mim. Eu sabia que eles eram incríveis, disse muitas vezes te amo pai, te amo mãe, trocamos palavras, afetos, carinhos, mimos, dedicatórias, trocamos amor.
Caramba, a gente foi incrível e eu sempre soube disso. Gratidão também causa dor. É isso que é o luto? A dor de se perder o que foi tão maravilhoso. Sim, eu estou vivendo o luto.

Denise Portes

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Uma forma de ser.

Eu sei ser fria, estranha, distante e jogar com sentimentos das pessoas, ser cruel mesmo. Porém essa não sou eu, sou carinhosa, afetuosa e atenta ao outro, mais ainda, eu não quero me perder de mim. Quando a distância acontece é porque ela é verdadeira, eu já não sinto mais a pessoa em meu coração. Acho um luxo ser de verdade. 

Denise Portes

A máxima.


Todos nós temos algo em comum... Somos diferentes!